Em Maio de 2018, final do Outono, Leonardo Luiz Ludovico Póvoa, participa de uma noite especial no El Meson Nerudiano, que fica na Dominica 35, Bella Vista, Santiago do Chile. Uma noite belíssima em um espaço dedicado ao jazz e e poesia, “com A CLASSIC JAZZ-SWING de Giovanni Cultrera y Cía.Cante: Mia Prought e Neste ano, catorze anos de apresentações no El Mesón Nerudiano do grupo liderado pelo notável pianista do jazz-swing serão celebrados Giovanni Cultrera.”
Para nossa maior surpresa fomos convidados a participar de um sarau onde o proprietário do restaurante Luis Vera Nieto convidou o poeta brasileiro para que pudesse junto a ele declamar o soneto de Pablo Neruda e Vinicius de Moraes. Foi uma noite brilhante com bons vinhos chilenos, uma gastronomia única e um momento especial quando subimos ao palco para declarar um soneto tão belo e amigo como estes que segue abaixo no vídeo.
Nós brasileiro temos muito a agradecer todo este momento que a vida nos proporciona e o que ainda temos a fazer neste imenso universo da poesia. A poesia em questão é uma obra prima dos dois amigos:
Soneto de Pablo Neruda dedicado a Vinicius de Moraes
No dejaste deberes sin cumplir;
Tu tarea de amor fue la primera;
Jugaste con el mar como un delfin
Y perteneces a la primavera.
Cuanto pasado para no morir!
Y cada vez la vida que te espera!
Por tí Gabriela supo sonreír
(Me lo dijo mi muerta compañera).
No olvidaré que en esa travesía,
Llevavas de la mano a la alegria
Como tu hermano del país lejano.
Del pasado aprendiste a ser futuro
Y soy más joven porque, en un dia puro,
Yo vi nacer a Orpheu de tu mano.
Pablo
Soneto de Vinicius de Moraes a Pablo Neruda
Quantos caminhos não fizemos juntos
Neruda, meu irmão, meu companheiro…
Mas este encontro súbito, entre muitos
Não foi ele o mais belo e verdadeiro?
Canto maior, canto menor – dois cantos
Fazem-se agora ouvir sob o cruzeiro
E em seu recesso as cóleras e os prantos
Do homem chileno e do homem brasileiro
E o seu amor – o amor que hoje encontramos…
Por isso, ao se tocarem nossos ramos
Celebro-te ainda além, Canto Geral
Porque como eu, bicho pesado, voas
Mas mais alto e melhor do céu entoas
Teu furioso canto material!
Vinicius